Foto: reprodução

Canções em ritmo de samba e Bossa Nova compõem o repertório musical do espetáculo “Ópera do Malandro”, que estreia em Manaus, no Teatro Amazonas, em pleno carnaval. A montagem, da Casa de Artes Trilhares, combina uma trama envolvente a uma trilha sonora que é pura poesia, programa imperdível para os amantes de Chico Buarque, autor da obra. O espetáculo será apresentado em duas sessões, nos dias 17, às 20h, e 18 de fevereiro, às 19h, e os ingressos já estão à venda.

A trama, situada no Rio de Janeiro dos anos 40, é marcada por canções como a “Homenagem ao Malandro”, que traça um paralelo entre a malandragem da Lapa com a que se faz presente até hoje, nas classes médias e altas. “Agora já não é normal, o que dá de malandro regular, profissional. Malandro com aparato de malandro oficial, malandro candidato a malandro federal. Malandro com retrato na coluna social. Malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal”, diz trecho da música.

“Cada melodia desempenha um papel fundamental da produção, transportando os espectadores para as ruas do Rio de Janeiro, nos anos 1940. A produção promete uma experiência teatral inesquecível”, detalha a diretora da peça, Dávilla Holanda. Segundo ela, a versão amazonense da “Ópera do Malandro” envolve mais de 40 pessoas dentro e fora do palco.

A diretora da Casa Trilhares, Rafaela Guimarães, explica que as músicas são acompanhadas por danças que proporcionam ao público um espetáculo completo. “Apesar de ser uma crítica social em sua essência, a ‘Ópera do Malandro’ é uma comédia musical que diverte, principalmente, através das músicas cativantes e traz um espetáculo que não deixa a desejar para os musicais americanos da Broadway”, afirma.

Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, a exibição do espetáculo é uma excelente oportunidade, especialmente para que as novas gerações conheçam um importante musical brasileiro.

“A obra é um clássico da dramaturgia brasileira e, com essa montagem, poderá ser conhecida por pessoas mais jovens, que ainda nem haviam nascido quando ela fez sucesso. Além disso, integra a temporada de retomada de espetáculos do Teatro Amazonas, após importantes obras de manutenção e restauro”, afirma o secretário.

O espetáculo também é embalado por músicas como “Las Muchachas de Copacabana”, “Desafio do Malandro”, “Pedaço de Mim”, “Tema de Geni” – que se tornou um verdadeiro hino LGBTQIAPN+ – , “O Meu Amor”, e o “Tango do Covil”. A trilha sonora rendeu a Buarque o Prêmio Coral de Melhor Música Original, Edição e Prêmio Especial do Júri, no Festival Internacional do Novo Cinema Latino-americano.

A “Ópera do Malandro” estreou em 1978 e, desde então, tornou-se um dos musicais brasileiros mais famosos. Nesta nova montagem, 100% conduzida por artistas locais, a Casa de Artes Trilhares busca reviver a obra, proporcionando uma interpretação única, mas com a essência exalando a genialidade de Chico Buarque.